- Dá
o bumbum?
-
Não, não dou – suspirou a morena que vestia apenas uma linda pulseira multicor, um dos
brincos que se esquecera de tirar e o perfume Chanel. Eu pouco mais que isso,
apenas um pedacinho triangular de tecido de algodão verde que se fazia de
tanga. Meu marido vestia apenas sua masculinidade, que fazia concorrência à
Vale, dura como aço. Motel com nome ridículo (como todo motel tem nome
ridículo) Styllus.
Minha
resposta a esse terceiro não foi a mesma aos dois nãos anteriores – toquei-lhe
no queixo delicado e entornei mais dois dedos de Merlot na garganta da morena,
que se esforçou por engolir e sorriu. A jovem lutava bravamente.
Eu,
Teresa, considero que, no amor físico, vale tudo. Exemplinho: um minidrama de
família. Um rapaz se declarou apaixonado por uma sobrinha minha. Era o amor da
vida dele, prometeu casamento, todas essas coisas – minha sobrinha deu-lhe de
presente a tanguinha e por meses o esperto rapaz viu a filha de minha irmã nua
de todas as formas que Deus a criou, e deu até um bom dinheirinho para metade
dos motéis de Belo Horizonte. Depois caiu fora.
Choradeira,
reuniões do setor feminino da família. “Em que falhei?? Minha fi-lhi-nha
buááá!” Cansei daquilo. Puxei minha sobrinha pra um quarto, tranquei a porta. “Ele
te engravidou?” “Não.” “Ele te passou alguma doença?” “Não.” “Você gozou?”
“Tia!” “Tia coisa nenhuma. Era sua tia em priscas eras. Agora você é uma mulher
de dezenove e eu sou outra mulher, de bem mais de dezenove. De mulher para
mulher; gozou?” Senti o sorriso sapequíssimo. “Go...zei.” “Muito ou pouco?”
“Mu..ito”. E meio segundo depois; “Foi uma delícia!” “Então, querida, ele
curtiu seu corpo, você curtiu o dele. Empatou em dez a dez. Deixe de bobagens e
parta para outra!”
Saímos
os três, eu, Rafa meu maridão e Marilena. Marilena, a Lenita, morena a rimar
com o nome, cor absolutamente uniforme, apenas um pouquinho mais clara (eu
veria depois) num doce triângulo entre as coxas e em volta dos bicos
quase-negros.
Logo
nos beijinhos iniciais meu marido se apaixonou pelo bumbum da jovem. Era
realmente uma obra de arte de curvas, valorizado pela calça justíssima que
quase permitia ler as letras do fabricante da calcinha. Recém-separada, trinta
e dois lindos aninhos e orgulhosa dos quilos perdidos e querendo novas
experiências, não foi difícil empurrar-lhe um par de caipirinhas quase-álcool.
Quase que senti a cabeça da garota girar. E logo na primeira proposta, de
conhecer um motelzinho cálido ali perto, senti o doce cheiro do bebida quando
ele me suspirou abrindo o sorrisão “Vamembora!”
Chegando
ao motel de nome idiota, a garota pensava em realizar um tradicionalzinho com o
marido de outra mulher mas o marido da outra mulher tinha ideias próprias,
todas traseiras. Lenita disse que não, aquilo não. Eu disse que íamos ver o que
um par de goles de um vinho sen-sa-ci-o-nal iriam fazer. A moreníssima disse
que não adiantava, ela era muito resistente a bebida e não iria ceder.
Começamos
uma doce luta: eu perguntava se ela topava, e a cada não eu a fazia beber mais
um golão de álcool. No terceiro “não” a garota quase cedia. E no quarto gole:
-
Vou mostrar para vocês o que é uma real mulher – e a moça quedou-se na posição
cachorrinho e rebolou o bumbum, lindamente classuda, lindamente vulgar, como
toda boa fêmea deve ser e é.
Meu
marido não tem o maior instrumento do mundo. Mas também não tem o menor – seus
dezoito centímetros trazem em si a promessa de um bocado de prazer – e também
de um montante não desprezível de dor – à jovem dama que tenha a sorte – e a
coragem – de recebê-lo por trás.
E
prazer e dor foi o que a moça recém-divorciada sentiu. Derreti-me entre as
coxas ao ver as mãos do meu marido realizando o ritual, apertando o bumbum bem
marcado de bronze, colocando o creme – mas o melhor foi quando, com delicadeza e
jeito sem perder o T grande, a cabeça da serpente forçou a entrada no portal
cujas trancas nunca tinham sido abertas.
A
moça contraiu o rostinho, arqueou as sobrancelhas, gemeu sem gemer. Beijei-a no
rosto, ajeitei-lhe uns fios de cabelo enquanto podia contar os tremores no
corpo dela. Quase tive pena. Quase.
- Está
sentindo dor, Lenita?
-
Muita. Nunca pensei que fosse doer tanto. E nunca pensei que fosse tão gostoso.
Meu
marido perdeu qualquer vestígio de piedade e fazia desaparecer um bom tamanhaço
do seu instrumento. Os bicos negros dançavam loucos enquanto ela sapateava desarrumando
o lençol e berrava nos meus ouvidos uns gritos de arrebentar o bairro todo.
-
Não tira, caralho. Não tira. Oh.
E Rafael
não tirou. Não teve pena, enquanto a moça batia recordes de gozo. Só quando
meio-fechou os olhos e um dos jatos de cálido iogurte acariciou meu joelho,
indo os outros brindar a curvinha das costas da jovem divorciada.
Que
teve uma ressaca daquelas no dia seguinte. Continuamos amigas e cúmplices. Eu e
meu marido a fizemos cair numa armadilha, e ela diz que tem volta, ela via ter
sua vingança erótica. Nós aguardamos Quem disse que no amor há limites?
Beijos,
Beatriz