segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CIÚMES

Alguém que me conhece me disse: eu era uma menina pobre que arranjou um casamento com um gringo rico para se dar bem. E que teve de se submeter às TARAS dele para se dar bem. Oras, oras.

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Não éramos ricos. Nós, minha família de origem. Quem leu minha página fixa sabe disse. (Para quem não leu, o link está logo ao lado. Sem egos-em-excesso, fala um bocadão sobre eu-mais-nova.) Família cheia de gente, pai e mãe com salariozinhos decentes, mas não mais que isso. Só teve uma, aliás duas vantagens. Em muitas famílias, os pais colocam olhão nas filhas e dizem tipo mantra: “não-dê!” “não-dê!” Rárá! Apavora a adolescentezinha! Em casa era diferente. Diziam: “Estude!” “Estude!” E foi o que eu fiz. Quanto ao outro conselho, ninguém falou nada! Eheh

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E outra vantagem de uma casa cheia. Mulheres adultas ficam hor-ro-ri-za-das quando homens batem umas. Pra mim, normalíssimo. Rapazes se aliviam, é assim que funciona, sei desde mocinha. Vi várias vezes, nem todas por mero acaso, confesso! Meus irmãos costumavam usar o quartinho de despejo no quintal, tinha até umas Playboys escondidas lá. (Eu sabia muito bem onde). Não que gostasse sempre. Detestava quando eles batiam no banheiro – e eu no aperto lá fora! (bolas!)

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E eu já me aprestara a ser o que me preparara para ser, professora de literatura e também português. Sempre quis ser professora, nunca quis ser anjo. Pensava em viver a vida com muita leitura, e de vez em quando uma transinha com um carinha de que eu gostasse. Casamento, não me passava pela cabeça. Até que veio Ludwig e sua proposta. E eu pensei e topei. E estamos nessa, casamento aberto, até hoje.

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E quando se fala em casamento aberto, as pessoas sempre pensam em você transando com outros. Como fica a cabeça, etc. Olha, digo, você está se sentindo se sentindo bem limpinha, banho tomado, vestindo apenas os brincos, cama redonda do motel, dois homens a te desejar, o marido e outro, os falos dos dois bem horizontais mostrando que estão muuuuuito interessados em você. Um deles te deseja, o outro te deseja, ama, adora e protege. Você relaxa, o seu amante relaxa, a partir daí é só a entrada homem-e-mulher, e é só festa então. É físico. Transar com outros não é difícil.

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O difícil é ver o seu marido transando com outra. Não tem jeito, a gente tem muito essa de posse. Ter o SEU homem, etc. Quando Ludwig me fez sua proposta, sabia que usaríamos os corpos de outras pessoas para nosso prazer. Eu, de outros homens, e ele, de outras mulheres. Abertura total, conhecimento máximo. Topei.

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Mas uma é aceitar intelectualmente. Entrei no quarto e vi Ludwig, de joelhos na cama, vestido de Adão, duro como um trilho a apontar a lourinha. A garota olhava direto nos meus olhos, e ria, ria! Vi e vi estrelinha, foi uma pancada, tonteei. Todos os meus hormônios de briga invadiram meu sangue e tive de respirar fundo e me lembrar do acordo, três vezes. A mulher deitada de costas, Ludwig na frente, prestes a se ajoelhar e meter em sua rachadura. A garota afastava as coxas enquanto ria, devagar, eu a ver tudo como em câmara lenta. Muito devagar vi um risco róseo se definindo entre seus pelos louros. Melhorou quando Ludwig se inclinou e sua tora fez o risco se alargar. Ao menos a mulher fechou os olhos e começou a suspirar em vez de rir.

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Obriguei-me a ver tudo. Mais calma, eu pensava que tinha de ser racional, ele transava com outras mas era meu marido. E tive certo orgulho. É como se eu estivesse a comer outra mulher mas não como mulher e sim como homem. O competente falo de Ludwig fez a mulher gozar duas vezes. Arrancou rápido a camisinha e encheu a barriga dela de creme. No final beijei-a na boca, eu ainda quente de ciúme, controlado a custo.

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Já vi Ludwig levar outras mulheres ao paraíso. Mas a primeira ninguém esquece!

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Histórias de um casal!

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Beijos e beijos, Beatriz

5 comentários:

  1. Gostei de saber que já sou acionista do blog... rsrs.

    O Sr. Freud disse certa vez que o ciúmes baseava-se na bissexualidade das pessoas. CLARO que estava falando de uma bissexualidade INCONSCIENTE. Na verdade ele dizia que quando EU (homem) sinto ciúmes de um outro homem, é porque reconheço que ele é um RIVAL. E só rivalizamos com aqueles que NÓS achamos interessantes.

    Foi só um pitaco.

    O motivo da visita era elogiar a maneira deliciosa e cheia de conteúdo com que descreve(em) as coisas... coisas absolutamente inerente a todos: DESEJO, FANTASIA e CIUMES!

    Beijos e Abraços.

    Eros (Casal Eros e Psique Minas).

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  2. Oi Ana Beatriz,
    Acho que chegou a hora de publicar um texto seu lá no Questão de Pele...quer escolher um?
    Me escreva no qdepele@gmail.com
    Vamos combinar como fazer, ok?
    Beijos

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  3. adorei sua historia.
    Eu ao contrario de vc tenho loucuras e tes'ao ao ver meu marido com outra mulher...Ja ele tem mais ciumes de me ver com uma mulher do que com um homem.
    Enfim.
    Eu acho muito legal mesmo casal ter relacionamentos abertos e ambos curtirem o sexo.
    odeio pessoas que casam e traem pra vivenciar suas fantasias.
    Adorei seu blog e estou te seguindo
    bjokas

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  4. Meus lindos Eros/Psiquê!
    Muito feliz(es) de vocês gostarem de nossas histórias!
    beijos de Bia e Ludwig

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  5. Parabéns, Amora!
    Você é rara e diferente. Grata por estar nos acompanhando.
    beijos, Bia e Ludwig

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Seus comentários! Beijos, Beatriz.