segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Queridas e queridos,

Por estes meses foi um prazer escrever aqui para vocês. Era uma alegria ver o índice de visitantes aumentando nas segundas e nas terças, e principalmente ver os comentários. Gosto de imaginar que proporcionei momentos de alegria às pessoas, prazer a dois, a um, a três, a trinta eheh.

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Tudo na vida muda, e neste momento estou enforcadíssima com mudança de emprego. Quem me acompanha sabe que prometo pouco para poder cumprir sempre. E não poderei ter o prazer de continuar com esse blogue até abril de 2011. Então voltarei, talvez neste mesmo formato, talvez não.

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Agradeço a toooodos os que comentaram, e a todos os que leram. Amem muito, sejam felizes, e eu respondo a e-mails sim. Deixo vocês com o primeiro capítulo do meu livro, a coisa mais real que escrevi. Sejam felizes, amem muito sempre com camisinha, e 2011 está logo aí! Eheh


Beijos e beijos,


Beatriz


A PROPOSTA DE LUDWIG (Como tudo começou)


Nunca pensei em ser dondoca.


Sempre vi o trabalho como algo natural. Filha de contador, filha de professora, o ciclo formatura / carteira de trabalho / vestido de noiva / aniversário de filho era para mim inevitável como respirar. Meus irmãos escolheram megabytes ou índices de liquidez corrente. Eu escolhi Machado e Graciliano. E pensei desse jeito até um mês de dezembro. Então começou minha aventura, que você vive a partir de agora.


Faltavam vinte e dois dias para minha formatura quando saí pelo portão principal da Universidade. Estava atrapalhada por dois Dom Casmurro de exemplares grossos que tinha emprestado na biblioteca do Instituto de Humanas. E mais três Os Bruzundangas, e mais um Bom Crioulo. O Colégio C... estava com um programa de ensino de literatura em pequenos grupos. Eu entusiasmada com meu estágio lá.


Carregada de realismo e naturalismo mal percebi o carro com velocidade de tartaruga. Seguiu-me desde a esquina da Pedro Gerheim até um par de ruas depois. Não dei importância.


E nem o percebia no dia seguinte. Meninos de dezesseis podem ser apaixonados por Machado mas são mais ainda por carros. Discutíamos na frente do colégio se Capitu traiu e um dos rapazes apontou o Mercedes prateadinho. O setor masculino o reverenciou como manifestação do Olimpo, as meninas torceram o nariz. O motorista pareceu intimidado. Arrancou, evitou passar em frente a nós, vidros levantados.


Encontrei-o parado na direção da favelinha onde dava aulas de pré-vestibular como voluntária, meia dúzia de horas depois. Não se moveu.


Dia seguinte mandei um de meus alunos como espião e ele informou que lá estava o alvo, como chamou. Dispensei a turma dez minutos mais cedo. Plano feito. Saí pela entrada lateral, dobrei a esquina e lá estava, porta aberta, sem ninguém, em frente a uma birosca.


Gente há que acredita em sorte. Eu creio em intuição. Intuí que eu não estava ameaçada. Se alguém ameaçava, era eu. Mineiros são loucos por branquinha. E o dono da birosca era daqueles chatos, mostrava o litro e insistia e insistia. O comprador ou vítima dizia não obrigado com um português atolado. Quis sair, deu de cara comigo e minha vida nunca mais foi a mesma.


Era um palmo mais alto que eu. Os olhos azuis e a cabeça comprida me bateram na hora: estrangeiro. Jeans e camiseta que nele tinham a elegância de smocking. Olhos de menino pego roubando o doce de goiaba. Por um par de segundos olhamos um a cara do outro. Ofereceu-me a mão com a naturalidade de quem se apresenta à Rainha. Disse: Ludwig! Ri.


- Na Faculdade, no colégio, no voluntariado. Está me seguindo?


Afagou coceira imaginária na nuca. Não conseguia me sustentar o olhar.


- Sim – disse ele.


- Por quê?


- Que tal se disser que acho você bonita?


(Apelando para minha vaidade! Devia se envergonhar!)


- Vai comprar a branquinha do homem?


Duas notas pequenininhas trocaram de mãos e Ludwig arremessou o litro numa lixeira dois passos depois. Trocamos oficialmente de nome e telefone. Recusei a oferta de carona. Agradei ao recusar, gostou de minha cautela.

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Todo namoro é um ritual. Bares na subida da São Mateus, Chopin e Beethoven no Cine-Theatro Central, caminhadas ao mirante do Morro do Imperador. E as apresentações às famílias ou melhor à minha, pois a de Ludwig está a uns oito ou nove mil quilômetros de distância. Nasceu em Hannover há quarenta anos, há quase dezenove veio para cá e não quis mais sair. Dirige a fábrica com mão suave. Apaixonado por polias e voltagens, ao voltar do trabalho esquece as máquinas, uma das coisas que me fascina nele.


Nosso primeiro beijo foi três dias depois de começarmos a namorar. E um par de semanas depois sua mão deslizou pelo meu ombro, seguiu a curva, escolheu o caminho por baixo do top verde-enjôo, parou sobre o bico e deu um par de voltinhas. Aos catorze anos eu já decidira que os sutiãs eram um trambolho desnecessário e a mão dele se aproveitou de tal decisão. Não me incomodei nem um pouquinho-quinho.


Semanas seguintes tops e microblusas também se foram revelando demais. Na verdade só uma tanguinha cor-de-rosa com duas inevitáveis estampas de coração me separavam da roupa de Eva quando ele pronunciou a palavra casamento.


Senti a pancada. Nunca pensara. Era como uma roupa cujo manequim não cabe, você não compra e não pensa sobre.


Perguntei se queria toda a verdade. Se queria casar comigo, que fosse sem zonas de sombra. Ele disse Sim. Revelei dois namoricos da pesada. Contei de uma menina de dezoito num motel com o estúpido nome de Styllus a olhar mais curiosa que excitada o falo muito duro do coleguinha de Lingüística Românica. E que essa foi a primeira de quatro com o primeiro namoradinho, e depois teve mais cinco com o segundo, cada uma revelada com detalhes de radiografia. Falei de calcinhas sendo tiradas em bancos de fuscas, de laços de calções masculinos sendo desfeitos com os dentes.


Calei. Esperei a tríade vagabunda-cadela-vadia seguida da partida-para-nunca-mais. Por um par de milênios não abriu a boca. Mas abriu. E disse:


- Na terceira transa com o primeiro namorado, afinal você chupou ou não o rapaz?


Minha vez de abrir a boca, de espanto. Num pedaço de segundo repassei tudo e lembrei que esquecera aquele detalhe. Ludwig me ouvira como um aluno de declinações do latim. Derramei o balde, verdade em excesso:


- Chupei e muito. Não era pequeno.


É agora, pensei. Tinha sido noiva por trinta e sete minutos.


A tríade não veio. A mão tremida engatou a marcha. Deixou-me em casa. Deu a volta para abrir-me a porta, cavalheiro. Eu me roía por ter feito sofrer uma pessoa a quem queria bem. Para me castigar, encarei-o. Caí o queixo. Não vi sofrimento. Não havia sofrimento.


Havia felicidade.

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Pensei que a espera seria pelo restante dos séculos. Mas foram só três dias. Ludwig me ligou. Tinha uma surpresa, voz ansiosa de vestibulando devorando lista de aprovados.



A surpresa era uma caixinha. Abriu-a, duas alianças dentro. Meu lado Cinderela deu um pulo. Já nele não havia euforia, havia ansiedade como se o vestibulando agora chegasse às últimas vagas sem ver seu nome. Ele disse que agora era a vez dele ser sincero.


Começou: amava-me, queria igreja, véu, grinalda, e que eu fosse fiel.


- Serei – disse eu. – Nunca terei outro.


Engasgou, tossiu, disse que não era bem aquilo. Ou melhor, era sim, mas. O conceito dele de fidelidade era: eu sempre faria amor com ele, só com ele... e engasgou de novo, ...mas o corpo poderá ser de outro homem.


Demorei uns cinco segundos para juntar os pedaços.


- Você quer que eu faça amor com outros homens?


- Não, não. Comigo.


Relaxei.


- Mas através do corpo de outros homens.


Tensionei de novo. Detalhou: Não precisa ser na minha frente. Pode ser longe de mim, desde que me conte tudo. E não precisa ser com outro homem. Podem ser mulheres, ou casais. E quem vai fazer amor seremos nós dois. Fidelidade total. Não dê importância aos outros homens ou seja lá quem. São corpos que utilizaremos para o nosso prazer. Mas amor, só entre nós.


Popó e Maguila me acertaram juntos na cara. E Ludwig ainda tinha um segundo pedido. Ele sabia o quanto eu gostava de ensinar. Disse que eu poderia pegar algum trabalho voluntário. Mas ele ganhava o suficiente mesmo que fôssemos duzentos, quanto mais dois. Eu dedicaria meus dias às compras e ao amor. Essa seria a minha vida com ele.


Teria aplicado um tapa de mão cheia em qualquer pessoa do Planeta Terra que não ele. Naquele momento eu descobri que amava Ludwig. Saí em silêncio.

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Tentei voltar à minha vida. Colégio, voluntariado, família, leitura de Drummond, planos de mestrado. Evitava olhar as fotos de formatura. Lá estava Ludwig, feliz, nós felizes, eu com a ridícula beca de babador.


Ele era uma página em minha vida que eu tentava virar mas parecia colada. Particularmente tentava virar a página da proposta. Repetia a palavra absurdo. Absurdo, absurdo. Como ele podia me fazer uma proposta absurda daquelas?


Bronzeado de surfista, músculos de astro do Big Brother, o garotão pediu meio balde de morango com chocolate na sorveteria na Rio Branco. Uns dezenove anos, por aí. Eu a duas mesas de distância, delirei. Marido permissivo, chave do Vectra na mão, eu passaria um plá, o levaria para casa, em frente à sagrada cama de casal eu faria cair esse jeans e o resto, só uma coisa se ergueria, muito rígida, e meu marido aparecendo de surpresa, pasta na mão, rindo a viver. Absurdo... era isso que Ludwig queria? O garotão saiu e no mesmo lugar veio uma loura. Jeitão de separada e era separada mesmo, ouvi-a recitar ao celular, “meu ex-marido”. Óculos escuros, pediu só sabores diet. Delirei de novo. O garotão ao lado da cama desapareceu e se transformou nela, cabelo solto, óculos jogados de lado, abrindo a blusa como stripper me revelando a inexistência de sutiã. Nós duas. E o garotão se rematerializou e abraçou a nós duas. Nós três. Engasguei do milk-shake de baunilha com adoçante.


Decidi que era fantasia e que fantasia não paga pedágio. Delirava em tudo. Em casamentos me imaginava acordando abraçada de recheio aos corpos nus da noiva e do noivo. Imaginava amigas com olhos em faíscas me convidando a uma lua-de-mel de fim de semana com o marido, ou com elas mesmas. De absurda a proposta foi passando a estranha, de estranha a incômoda, depois só meio isso.


Recebi rosas cor-de-paixão e um bilhete perfumado: “Amo-a”. Devolvi o bilhete com uma palavra rabiscada ao lado: “Também.”


Casamo-nos numa igreja de formato estranho em Juiz de Fora.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

TIRANDO PUREZAS

Não me vejam com tridente, chifrinhos e lingerie vermelha mas gosto de corromper pessoas. Não qualquer pessoa – gente leve, feliz, boa, gente que quer viver sua vida querendo-bem – e gente que gosta de amar fisicamente outras pessoas, sem necessariamente ligar a amor de novela, etc.

E as deusas do ramo, Afrodite e Cleópatra, creio, parecem me ajudar. Essa é antiguinha, vários anos. Aconteceu em Parati, novembro como esse, sol rachante. Eu e Ludwig curtíamos a 336ª ou parecida lua de mel em pousadinha, e assim Denise e Leandro curtiam sua primeira.
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Sabe aquelas pessoas totalmente inofensivas, incapazes de mal? Eram assim, era olhar para as carinhas e ver, a dupla de sorrisinhos tímidos. Fiquei amigo deles, especialmente dela.

Encontrava com ela na beira da piscina, Denise com aquele jeitinho feliz-tímido. Perguntou-me se era uma segunda lua-de-mel. Falei enrolando casual a ponta do cabelo. “É sim, mas a gente é temático. A lua de mel mesmo foi do jeito normal. Agora a gente combinou fazer mais anal.”

Momento cruciante. Se minha amiguinha saísse correndo, fora só uma boa tentativa. Levou o copo à boca. Não me olhou. Perguntou: “Vocês gostam?” Olhei o relógio. Disse que meia hora antes eu estava levando estocadas duras ao extremo... “Nem parece, né? Dizem que a gente quando faz por trás não consegue andar direito... mas você percebeu alguma coisa?”

A pobre garota tossiu o chope duas vezes mas falou: “Não, você está andando normal”. Primeiro passo dado.

Horas depois encontrei com eles. Ele me olhou diferente. Entendi que ela contara tudo. Olhou-me como mulher-que-dá-por-trás. eheh

Minhas conversas e de Denise se soltaram, eu sempre usando a tática de me soltar antes para ver o que acontecia. Denise logo soube que o de Ludwig não era o primeiro. Ela mais solta pediu para que eu contasse e eu revelei com detalhes o sangramento bobinho advindo da perda desta inutilidade que se chama virgindade com rima e tudo, ela se divertindo, e Ludwig se aproximou. Ela me fez cara de desespero, falou com os lábios sem som. Com Ludwig se enxugando a dois palmos de distância eu “...aí eu percebi que não tinha sentido o gosto do mel do garoto, e eu queria muito saber como era, aí fiz ele se sentar na ponta da cama, fui por cima e...” Lindo ver a carinha de desespero dela,

Trinta minutos depois ela abriu o sorriso de dentes de anúncio de kolinos e disse que não perdera a virgindade naquela cama-de-pousada. Disse que três meses antes não conseguiram mais segurar. “Abri as pernas pra ele” – disse ela e riu.

Um dia decidi que era o nada-ou-tudo. “Querem ver um outro casal a meter? Vocês não precisam fazer nada. Só olham e vão embora”. Denise mudara muito nos últimos três dias. “Normal ou por trás?” – perguntou. “Ah, depende da inspiração do momento!” – gargalhamos.

Interessante que pensamos uma em fazer uma armadilha para a outra, e foi ela quem me pegou. Eu pensei em como seria bacana se a fizesse entrar em nosso quarto, e aspas casualmente ela veria uma transa entre eu e Ludwig. Em vez disso, ela me mandou recado pela portaria que meu shampoo natural ficara com ela. Achei estranho o recado, e não um telefonema. Meio da tarde, tudo morto, até as gringos de pele de camarão o 204 estavam dormindo depois do excesso de sol. Bati à porta. Denise me disse para entrar. Senti o clima. Passei a saletinha.

Da porta do quarto, cena linda de viver: Um casalzinho muito jovem, ela, os seios pequenos de bicos-rosa muito suave sentada na beirada da cama vestindo só uma linda tornozeleira de prata, ele com a falta de roupa a realçar o falo muito duro apontando para os lábios da sua boquinha que se abriram e o engoliram quase inteiro, enquanto a mãozinha desajeitada ainda aprendendo as coisas do amor pesado lhe sopesava os bagos. Fiquei orgulhosa da minha amiga pois o rapaz era até que avantajado.

E mais orgulhosa fiquei quando eles me mostraram sua linda inexperiência num papai-e-mamãe – mal sabiam eles que quando se transa para outros verem, existem posições muito mais convenientes para a platéia. Só pude ver o bumbum dele subindo e descendo parecendo querer separar ainda mais as pernas da moça que lhe arranhava as costas.

Rapidinho ele encheu o doce buraco da garota de mel – ainda não sabiam se controlar, meus quase filhinhos. Baixinho disse que adorei e achei lindo – e disse a ela que meia hora depois podia me encontrar na piscina embaixo para um par de Alexanders – e ela desceu meio ressabiada e eu falei de meu segundo namorado antes de Ludwig – e do sinalzinho que tinha no seu instrumento. Disso e de outras levezas. Nem mencionei a cena. Ela abriu sorriso. Eu a ganhara. Meus lindas amigos tinham uma tarazinha – fazer com platéia. E eu fui a platéia! Rárá!

Depois soube que ela comprou fitas de presente e se enrolou e ofereceu no aniversário dele de presente o seu lindo e redondinho bumbum – e gosto de pensar que fez assim pensando no meu exemplo!

Não me vejam com tridente, chifrinhos e lingerie vermelha mas gosto de corromper pessoas. Não qualquer pessoa – gente leve, feliz, boa, gente que quer vier sua vida querendo-bem. E que melhor?

Beijos e beijos, Bia

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

LARISSA AOS PEDAÇOS

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Carregávamos metade de uma tonelada cada uma de livros de macroeconomia debaixo dos pilotis. Ela dizia:

- Toda mulher gosta de mulher, apenas por uma questão de grana acabam casando com um bigode.


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Não sei se dizia para chocar. Talvez sim. Esperávamos o 170 e ela me disse:

- Acho linda essa palavra, lés-bi-ca, llllés... rola na língua.


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Eu vivia fase complicada, aliás ambas. Vindas de longe, ela bem do Sul, eu bem do Norte, para destruir parte dos nossos vinte poucos (caso dela) e dos meus quase-trinta (caso meu) para fazer um mestrado. Gostei do nome dela, Larissa. Tinha jeitão de nome russo, coisa ousada. Eu disse que achava meu nome bobinho, Cristiana, nome de virgem eterna.

- É bobinho mesmo, disse e riu. Quis puxar-lhe os cabelos e rasgar cada centímetro dos seus bustiês e saias jeans.


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Larissa me divertia. Um refrigério para quem vem de longe com 453 livros para estudar.


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Era complicado ficarmos juntas. Eu morava com prima e marido dela e filhos e etc. Ela tinha um quartinho num alojamento de freiras, pago. As freiras eram moralistas. Proibiam visitas masculinas nos quartos. Quanto a visitas femininas, podiam derramar-se por horas.

- Elas nuuunca imaginam o que pode acontecer: “Ai ui Ermengarda, que dedos que você tem!” “Sim Carmencita, que língua maravilhosa, nunca mais vou querer nem pensar em cuecas, ai ui!”

- Vamos estudar Micro, dizia eu na escrivaninha do quarto dela. Prova próxima semana.


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- Vamos ver TV? Ela disse. Pensei: Faustão, tortura. Antes que eu protestasse ela jogou para o espaço a blusa elastex. Os seios de minha amiga e o bico esquerdo um par de milímetros maior que o direito me encheram o mundo por uns dois dias. Ficamos sentadas no chão, costas na cama, vendo o gordo chato do domingo. Nunca me pareceu tão interessante. Tirei minha blusa também.


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Nas tardes-de-estudo juntas passeava de um lado para outro de bermuda tirada, a calcinha-tanga verde de tiras de meio dedo. Um dia escolhi uma vaporosa branca e tirei o short também. Achei que vi o olho dela meio-brilhar, mas fiquei na dúvida.


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Teorias de Larissa: toda mulher teve uma experiência com outra. Não imagina a quantidade de vetustas senhoras em organizações conservadoras que fez um meia-novezinho com a vizinha. Ou no mínimo brincaram de aprender a beijar.

Não foi adiante por razões e-co-nô-mi-cas. Machos ganham mais, dão grana, dão alianças e estabilidade – Oh sociedadezinha capitalista – dizia ela no seu socialismo de araque.


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Comprei três calcinhas, uma cor de rosa, outra cavadíssima lilás e a mais ousada, fio-dental violeta, para decidir. Decidi por nenhuma. Botei a maior, tipo vovó. Achei que nada ia acontecer.


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Estudávamos gráficos de custo, tarde mormacenta de sábado. “Larissa”. “Sim?” “Vou te comer”. A respiração dela virou chumbo.


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Trinta segundos depois nossos seios dançavam, os bicos morenos de Larissa, os meus bem cor de rosa roçando nos pelos da sua coxa


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Um minuto: eu a afastar as coxas da minha coleguinha, a costura da calcinha bem visível. Beijei a costura. Mordeu a mão para não dar uivinho.


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Mais minuto. A calcinha virara um oito no canto do armário. Lambo minha amiga. Ela aperta os lábios para não gritar. Provoco-a, olho no olho: “Larissa, eu me sinto tão lésbica!” “Adoro essa palavra”, ela disse.

domingo, 8 de novembro de 2009

BÊBADA

O álcool tem muito a ver com o mundo da troca-de-casais. Sabe como é, desinibição, afastar timidezes, etc. Nada contra, não sou moralista. Se uns mililitros de vinho gaúcho vão ajudar uma secretária ou um professor a terem um momento inesquecível em suas vidas, why not? Apenas eu não preciso. Gosto na coisa olho-no-olho, desde que um dia quando tinha meus dezoito anos e um par de meses que decidi que estava cansada de ser zero-quilômetro, e queria experimentar aquilo que tem nomes científicos e nomes populares como foder, meter ou trepar. Minha pobre virgindade não durou nem mais trinta dias, a coitadinha.
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Com Tamara e Adriano foi diferente. Primeiro, por serem jovens – os casais de nossa vida são quase todos mais maduros. Depois, por que quem articulou fui eu, e não Ludwig. Eu conhecia o rapaz, cruzamos nossos caminhos no voluntariado em que trabalho. Elogiou a gente, disse que éramos um casal muito correto, não se envolvia em fofocas, ao contrário de muita gente.
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Sabe esses momentos em que a gente sente que é momento de arriscar? Joguei: agradeci, e disse que além disso nós saíamos com outros casais, cada um com a sua, ou trocando, não tinha problema. E que se ele e Tamara sonhavam um dia em dar uma variada em sua vida sexual, sem mudar a vida deles em nada, com muito respeito e camisinhas, podiam contar com a gente e nossa discrição que ele conhecia.
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Dei a pancada com a seriedade de quem faz uma demonstração de teorema geométrico. Dado o recado, disse que ia fazer alguma tarefa e sai da sala. Voltei uma dúzia de minutos depois e ele desligava o fone, ainda tonto. Adivinhei que ligara para a esposinha, incapaz de agüentar a novidade sozinho. Cumprimentei-me. Senti que eu tocara num ponto sensível.
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Foi antes de uma reunião de coordenação que dias depois o vi, olhos duplicados de tamanho, respiração de chumbo. Perguntei se ele e Tamara tinham pensado em nossa proposta. Parecendo aliviado por eu ter tomado a iniciativa, disse que eles pensaram e queriam experimentar. Mas cada um com a sua. Nada de troca. Eu disse que ótimo, eu e Ludwig teríamos prazer em nos amar na frente deles. E se depois eles quisessem tirar a roupa e se amar também ficassem à vontade. E repeti as garantias de sempre.
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Que re-repeti para Tamara no bar onde nos encontramos os quatro na sexta. Tamara é uma lourinha que sempre usou cabelos curtos com as pontas docemente voltadas para fora. Parecia intimidada e atribuí a isso os dois cálices de Moet que virou quase de cara. Com outros casais, temos uma divisão de tarefas: Ludwig fica com as brincadeiras, a leveza geral; eu, falo daquilo. A conversa não pode ficar séria senão enregela tudo. Falo de jovens mulheres tirando tangas ao entrar em praias de nudismo, de mulheres de meia idade a comer universitários que podiam ser seus sobrinhos, de boquetes em bancos traseiros de carros enquanto o marido dirige, experiências nossas e de outros, vistas e de ouvir dizer.
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Eu falava e Tamara empurrava mais champanhe. Temi que dormisse. Já pensava em como encaminhar o assunto quando a carinha delicada com um suave cheiro de álcool disse: vamos pro Number One!
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A garota foi sensacional. No trajeto da porta até a cama de cobertura lilás foram ficando a saia não-muito-curtinha, a blusa cor-vinho quase transparente e como prêmio máximo a calcinha violeta com rendinhas na borda, enroladinha no chão.
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E pude ver o que a calcinha até então ocultou. Tamara se jogou vibrando a cama sem nada, nada, nem um brinco nem uma tornozeleirinha prateada, nuinha nua nua, e com simplicidade afatou as coxas – doce e puramente abriu as pernas muito brancas, num gesto tão natural quanto lindo. Aquele risco cor de rosa que apareceu encheu meus olhos e o Mundo. Linda a fenda da mulher do meu amigo. Não pude vê-la muito pois o falo do marido logo o forçou a abrir-se e seu corpo cobriu o da garota.
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O marido olhava de meio-olho para a gente mas a esposinha com as coxas sempre muito afastadas assinalava cada estocada que levava do macho com um ganidinho rouco, que me fazia sentir o cheiro do Moet.
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Já disse várias vezes que não sou santa mas precisa dizer que Ludwig também não é nenhum anjo. Não é que o danado, banho tomado, cheiroso, vestido de Adão, no auge do mete-mete dos dois, como quem nada quer trouxe o poste já muito horizontal a uns dez dedos do rostinho da gata bêbada. E o resultado, bem, com a mesma doçura com a moça abriu as coxas ela tocou o falo com a sua mãozinha esquerda e um segundo depois metade dele desaparecia em sua boca de batom groselha – Ludwig não agüentou e deu uivo para o teto. Acontecera – a mulher transava com dois! Temi que a coisa não prestasse. Adriano fez cara de quem viu choque de cometas – e deixou passar. Apreciou o boquete da esposa em outro.
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Eu e Ludwig sabemos muito bem de política de swing – é preciso que os dois casais se aspas comprometam. Eles tinham se desinibido, estava na hora da gente se desinibir. Assim, depois que os nossos amigos ficaram calminhos, eu e Ludwig nos oferecemos para eles verem um showzinho nosso – e o fixemos, trocando várias posições e terminando com um gozosinho básico na barriga, para eles verem. Parecemos casal de casa de show erótico. Eles adoraram!
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O álcool tem muito a ver com o mundo da troca-de-casais. Sabe como é, desinibição, afastar timidezes, etc. Nada contra, não sou moralista. Se uns mililitros de vinho gaúcho vão ajudar uma moça ou um homem a terem um momento inesquecível em suas vidas, why not?
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Beijos e beijos, Bia

domingo, 1 de novembro de 2009

PRA VALER

Chega de prévias-conversas e lero, agora é metida-pra-valer. Eu e Ludwig com outro casal – cena mais ou menos rara, preferimos um rapaz sozinho. Terminada a fase de conhecimentos, compatibilidades, ver-se-é-isso-mesmo-que-vocês-querem, cálculos para ver se não cai na fase daqueles-dias de nenhuma das duas do setor feminino (argh), chega-se ao que interessa. Ludwig com ritmo, aproxima-se e se afasta do corpo da mulher que três dias antes ele nem sabia que existia – ela deitada, beira da cama redonda de motel, ela com a saia verde-abacate arregaçada até acima do um umbigo, Ludwig sem nenhum pedaço de pano colado no corpo.

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(Filosofia Ludwiguiana: ele diz que uma mulher pode transar com uma cambraia sobre os seios ou um pedaço de seda enlaçando os braços. Mas um homem, seja com a sacrossanta esposa, com uma amante ou com a mulher do outro, deve transar sempre total e por completo nu). Ela não ganharia concurso de modelo: os delicados pneuzinhos balançam com ritmo regular ao impacto das estocadas extraordinariamente regulares do marido da outra, o grosso cano a aparecer e desaparecer no doce buraco guarnecido por uma florestinha de pelos castanhos muito clarinhos.

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As mãos do outro cara competem ao Nobel de desajeitamento. Procuram espaço debaixo de minha bermuda frouxa e se metem debaixo da calcinha – tanga, o cara ainda pingando gotinhas (outra norma – cavalheiros, banho antes – sempre). Faz cara de vitória quando os dedos sentem a minha própria guarnição negra do meu túnel do amor. Com a calma de quem foge de terremoto me baixa-quase-arrebenta o zíper, me quase-rasga a bermuda, e sua boca me abocanha enganchando meus pelos nos dentes, e enquanto com a cabeça perdida o homem (tem seus quarenta e cinco) amassa meus pobres seios. Mas tudo bem, quem transa não pode ser muito cheia de toques-não.

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Depois de levar mais ou menos uma centena de estocadas, deixo o outro homem a amolecer depois de explodir em creme e me volto para o outro casal. Meu lado homem: vendo o falo afundar sem dó, é como se eu estivesse comendo outra mulher. Meu lado canalha: detesto falsas santas. Se ela está metendo com outro homem, é por que ela é assim como eu e não tem outra palavra uma pu-ti-nha. Ludwig enfia, com ritmo, as mãos segurando as pernas dela como a um guidão de bicicleta. Espero ela chegar perto de gozar. Então pergunto se ela é uma putinha, cadela, galinha, vagabunda e ela concorda com tudo, e ainda dou meu dedo para chupar. Tontas de tanto sexo, nunca conheci uma que não chupasse.

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Sinto algo duro entre minhas coxas, estou nua e é fácil sentir. O cara se recuperou e quer um segundo tempo. E por que não. E vou a ele. Ninguém é anjo. Nem mesmo quem lê!

Beijos e beijos, Bia

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

TARAS

Creio que decepcionarei muitos ou alguns com este post. Algumas respostas aqui me fazem sentir semideusa. Mulher classuda, etc. Pedaço de mim é, sem dúvida, partes à modéstia, mas não sou só isso. Tenho taras. Todos têm? Lá sei. Vamos a uma. Menores de idade, saiam já! (Nem deviam ter entrado!).


Começou quando estava exercendo meu direito de mulher concedido por igreja e cartório, estava metendo com meu marido. Posição cavalinho (upaupa!) adoro. Pedi que me apertasse os seios. Ele me fez quase-carícia, respeitador. Pedi que apertasse mais. Seus dedos afundaram na pele de marca de sutiã, mas não muito. Mandei mais força. Ele apertou, com cuidados para não me machucar. Quase gritei que mandasse os cuidados para o lixo e apertasse para valer. E ele obedeceu, salientando os bicos. Quase que gritei de novo e não só de dor mas de êxtase.


Depois disse o que se passava em minha cabeça, durante. Eu lutava com outra garota, numa praia deserta, selvagem, eu nua, ela sem nada. Lutávamos por e tenho de dizer o nome que pensava na hora, lutávamos por rola. (A própria estava lá, bem dura, bem horizontal, pertencente a um garotão passivo que espera a vencedora). Batíamos na e preciso dizer de novo a palavra da hora boceta uma outra, eu na dela, ela na minha, uma querendo forçar a outra a se declarar vencida. E a vencedora foderia o prêmio na gente da derrotada. Dois ades, crueldade e sensualidade. Imaginei quando Ludwig apertava meus seios, era a garota que o fazia. E eu que não tenho vocação para anjo também apertando os dela, fazendo-a dar uivinhos de dor.


Ludwig adorou a história e depois fui aperfeiçoando. Sabe, nunca gostei dessa dominação masculina do mundo. E imaginava um mundo depois de uma guerra nuclear, um mundo primitivo, de tribos femininas. Sobraram muito poucos homens, e eles eram escravos das mulheres, escravos sexuais para o prazer delas. Para se divertir com o corpo de um escravo, a mulher teria de tirá-lo de outra. Uma luta com regras, embora regras cruéis e lindas: as duas bateriam nas bocetas e seios, e enfiariam dedos etc, até que uma não caísse. E logo que as moças completassem X anos, entrariam numa academia de lutas em que seria explicado a elas o domínio feminino do mundo, e a elas seria ensinado como encontrar uma adversária e depois de alguns minutos deixá-la deitadinha, gemendo de dor, os seios vermelhos e a boceta ainda com a impressão das pancadas. E sentar na vara do escravo a dois palmas da cara da derrotada.


Várias das minhas transas passaram a ser lutas na minha cabeça. Confesso que dei nocaute nas bocetas de todas que se atreveram a me disputar o escravo! Tadinhas nada, queriam fazer o mesmo comigo, eheh!

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Fantasia minha, histórias que imagino e conto durante a transa. Pela primeiríssima vez no papel. Taras? E quem não as tem? eheh

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Beijos e beijos, Bia

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

REALIDADES...

Um querido leitor perguntou se as histórias aqui são reais. Claro, ele se referia às histórias que se passam em nossa época, e em nosso país. Existem aquelas que sem dúvida aconteceram sim, e quase do jeito que eu contei. Mas que eu obviamente não presenciei, como a das duas moças que se amavam na Grécia antiga. Existem também aquelas que são contos, como “Don´t Stop”, uma das primeiras, e das que mais gosto.
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Quanto àquelas em que eu entro como participante ou espectadora, há que distinguir. Todas aconteceram. Em algumas eu estava lá, do jeito que escrevi. Temos muitos amigos, e amigos liberais. E adoro ouvir – é quase tão excitante quanto fazer, ou mais até. Assim, de outras eu ouvi a narração, e me coloquei no lugar de quem esteve. Acho que fica mais dinâmico assim, e ao mesmo tempo me consola por não ter estado presente a tudo (chuif!).
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Nessas que ouvi, tem um subtipo. Quem leu o primeiro capítulo de meu livro sabe que entre eu e Ludwig tem uma diferençazinha de idade. Eu ainda aprendia a rasgar embalagens de absorvente (argh) e ele, novo mágico, já com sua varinha (?) fazia mulheres amigas e mulheres de amigos darem passeiozinhos pelo reino do êxtase.
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Razões objetivas: Ludwig é estrangeiro e no Brasil estrangeiros têm privilégios, todo mundo trata bem: é louro – mesma coisa; é simpático e falante – raro para um estrangeiro, aí é qualidade dele; e é discreto – aí é tão raro que não é qualidade, é troféu. Se um cavalheiro tem o sonho de ver sua dama transar com outro, olha, Ludwig é a solução, sem querer ser publicitária. Ele trata a esposa do outro com respeito de mordomo inglês, faz apenas sua tarefa, deixa bem claro que a mulher é do outro, ele não faz parte do casal, muito menos da família, e que está lá para ser usado para o prazer da mulher e por tabela, pelo do homem. (Claro que para ele também não é uma tragédia, eheh).
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Assim, algumas das histórias que conto aqui são de Ludwig, antes de me conhecer. E fico enchendo a paciência dele para recontar e rerecontar, pois adoro. Uma das que mais gosto e ele detesta é a da primeira - e posso dizer o nome exato pois aqui ninguém é candidato a anjo - boceta da vida de Ludwig, a de uma alemã gordinha chamada Helga, de uma cidade com o feio nome de Lübeck, e que portava uma calcinha quilométrica branca e que sangrou lindamente com a primeira espada que teve o privilégio de estocá-la. Isso foi ainda nos tempos alemães de Ludwig.
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Mas a que pretendo contar é outra. Ludwig tinha exatos vinte e seis, poucos de Brasil, ainda se confundia nos gêneros das palavras e arranjou como amigos um conhecido advogado de JF, com exatamente o dobro da sua idade, e uma esposa charmosíssima que tinha doze anos menos que o marido. (Ludwig guardou esses de detalhes). Rodearam-no, bares, encontro na Rio Branco, ida à praia juntos.
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Numa dessas, num bar meio vazio veio a proposta (os dois lado a lado, bem juntos, as mãos segurando firme um no outro como a mostrar que estavam juntos nessa.) O cara falou com a leveza de quem defende uma causa junto ao Supremo Tribunal que tinha o sonho de ver a esposa fazer e disse com todas as sílabas se-xo-a-nal com outro homem. Seria a primeira vez dela por trás. Perguntaram o que achava disso e o Ludwig da época com seu português capenga até ainda não estava acostumado, mas abriu sorriso e disse “Linnnnndo, Marrrrrravilhozo!” Espertinho eheh.
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Que estava nervoso no começo. Ludwig me conta que a mulher no motel de nome em francês ruim vestia todas as cintas-ligas e calcinhas vermelhas de sex-shop que se possa imaginar. Mas ela muito feliz, afundara os joelhos na colcha macia da cama redonda. O marido a um metro, nu como Adão, os pelos grisalhos, inclusive os que guarneciam o falo que ele percorria apertando loucamente com a mão. E o jovem Ludwig, de joelhos atrás da mulher, suando frio.
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Até que relaxou e apertou-lhe os bumbuns, cafajesticamente, e o casal gostou. Ludwig relaxou e enganchou os dedos nos fechos da cinta-liga, afastando-os, e seus dedos exploradores por baixo da calcinha-de-putinha quase se queimaram com o calor da fenda molhadíssima.
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Mas o momento must foi o da perda daquela virgindade mui especial. O ritual todo: os dedos do amante espalhando muito creme, sem pena de desperdiçar. Depois, os mesmos dedos, primeiro um, depois dois, percorrendo os caminhos ainda nunca percorridos enquanto a mulher franzia os olhos, cada vez com menos dor, cada vez mais à vontade.
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Adoraria ver o homem jovem, seu instrumento suspenso no ar; a mulher charmosa e com muita beleza da juventude, de quatro; o marido batendo uma querendo ganhar o recorde mundial de intensidade no vai-e-vem. Adoraria ver a cabeça rosada desaparecendo, a carinha feminina com mistura de dor e alegria, cada vez menos dor. As mãos do amante aproximando com velocidade de tartaruga a cintura da mulher, e o falo a desaparecer. E um sorriso marcando o momento mágico em que a garota relaxa, seguido pelo afasta-e-mete, feliz, completo. E terminado com um gêiser de creme, aliás dois, pois o marido lindamente corno ao lado também conta.
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. Um querido leitor perguntou se as histórias aqui são reais. Se eu escrevesse dizendo que um casal amigo nos fez esta proposta, e eu estava presente, eu mentiria. Mas confesso que adoraria ter visto.
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Beijos e beijos, Bia

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Loba

Ao contrário do que se pensa, uma troca de casais é muito feminina. Mulher manda, homens se forem espertos são bonzinhos, torcem para as mulheres estarem a fim e com um pouquinho de sorte colhem um momento inesquecível, a três, a quatro, a cem. Por isso, rapazes, nada daquelas hiperbreves cantadas de Orkut: “Tem MSN”? Só cavalheiros se dão bem no Swing. Ser discreto, não ser feio e ter um instrumento competente – esse é o papel do homem. E torcer – o resto é com a mulher.



Sabe aquelas mulheres charmosas de quarenta e pouco, idade-de-loba? Caso de Clarice. Sabe aqueles lances de mulheres recém-separadas, novas experiências, namorado novo, tal e etc.? Caso dela, de Clarice. Uma pessoa viu. Clarice, seus chamosíssimos 44, uma bermuda lá em cima mostrando que as pernas continuavam em forma, o namorado de cabelos preto-petróleo de dez anos a menos, e um amigo, um quase-cinquentão louro muitíssimo em forma, e uma outra pessoa, bar no Granbery, perto do Colégio.



A luz muito baixa do bar e as garrafas de Liebfraumilch que se acumulavam podem ter tido algo a ver. As conversas entre os quatro e particularmente entre os três – os dois cavalheiros e a dama Clarice – se foram tornando aquecidas, densas. Discutiu-se quem posou nua em tal ou qual revista, se afastou muito as coxas ou se devia ter mostrado mais. Corpos femininos e masculinos, falos duros e jovens mulheres belas e suas delicadas xoxotas passaram a mandar na conversa. Clarice puxou o assunto se a posição mais feliz era o cachorrinho ou o mamãe-e-papai, e a distância entre os três se foi reduzindo. Clarice aproximou o rosto do amigo louro e convidou a língua deste a se enroscar na dela – convite que este aceitou com prazer e logo depois também lambeu a língua do namorado. E abriu sorriso, marcando que era a primeira vez que beijava dois.




E continuou tudo no Delirius. A quarta pessoa se distraiu procurando músicas românticas no rádio e quando se virou, cena linda: os dois cavalheiros, limpinhos e enxutinhos depois do banho, ambos vestidos de Adão, os falos de ambos a desafiar a gravidade, abraçando a mulher, esta só de calcinha, não muito pequena, que foi logo tirada e jogada ao teto pelas mãos da própria dona.



Nua, Clarice pôde usufruir plenamente dos direitos de mulher separada e livre. A quarta pessoa viu cena linda. Tudo no comando da mulher. Clarice disse qual era seu sonho. Determinou as posições. O namorado, com o qual tinha relação firme, seria ao natural. Quanto ao amante louro, camisinha, sempre. Sem problemas. O homem louro plastificou. Ela se pôs de quatro, centro da supercama redonda, os cavalheiros de cada lado – e nos próximos minutos Clarice se dedicou a receber em sua doce fenda o falo do amante, a essa altura já batendo recordes de grossura - e em agasalhar com a boca o instrumento do namorado, mais fino porém mais longo.



Mas não deixou que os dois explodissem em creme. Afastou-os e disse que sempre teve o desejosinho de se sentir – palavras ela – bem piranha. Deitou-se, afastou os tornozelos o mais que pôde – um caminho de rubis apareceu entre os pelos clarinhos e ordenou: o louro enterrou sua cabeça arroxeada, estocou três vezes fazendo a mulher dar dois uivinhos, e Clarice chamou o outro, que deu suas poucas metidas e foi substituído. Sonho de Clarice, comer dois homens, os dois se alternado em dar-lhe alegria.



A quarta pessoa era eu. Nada foi planejado. O louro era Ludwig. Fiquei quietinha, torcendo para tudo dar certo. E deu!



Histórias de casal...
Beijos e beijos, Bia

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Safo

Quem disse que numa história entre duas mulheres ambas têm de se chamar Érica e Maria Ângela, nomes aspas normais, têm de viver em São Paulo ou qualquer outro lugar não muito longe de onde moramos, e têm de se amar exatamente quando você lê? Mulheres sempre se amaram. Adolescentes maias sentiam a ponta da língua na língua da outra, duas jovens nobres de algum império na África em meados do século XIV (que importa se Mossi ou Ashant?) beijavam-se os bicos dos seios com suave sucção, jovens solteiras do Taiti corriam nuas pela praia, a duas, a três, mais
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E eu imagino ou tenho certeza que existiram duas jovens. Digamos que uma se chamasse Helena. E que a outra fosse Melissa. E que Helena tivesse os quadris largos, troféu de feminilidade. E que Melissa possuísse os lábios grossos herança de sua avó, escrava da Núbia. Com esses nomes elas tinham de viver num lugar em que os homens falam demais, digamos, a Grécia. Não a de hoje, a de filósofos chatos que todo mundo cita. Digamos, perto da Ágora. Os homens falavam, planejavam facadas em guerras, as mulheres se amavam.
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Digamos que se conheceram nas Termas – duzentas, cem mulheres a se banharem nuas, a conversarem nuas, a se tocarem nuas. E digamos que o joelho de Melissa tenha tocado o interior da coxa de Helena e o corpo e o coração de Melissa tenham dito, É esta.
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E o primeiro beijo se deu na casa de Helena, seu pai um sisudo senador, lá longe, enquanto as mãos da filha pousavam nos bicos da amiga enquanto esta lhe amassava a língua com a própria. E Helena decidiu sacrificar sua virgindade como suprema homenagem à amada. Deitou-se em almofadas de delicado tecido da Cítia, afastou as coxas o mais que pôde a mostrar delicado caminho rosado do amor, caminho este que pela primeira vez foi percorrido pelo esguio dedo médio de Melissa, não sem antes dar dúzias de beijos no portal de pelos louros da amiga, que expressou a paixão em doze gritos muito finos. E os dedos de Melissa se retiraram cobertos com a cor rubra do amor feito pela vez primeira. E Helena e Melissa se escreviam poemas, se prometiam amores eternos e declaravam ser uma da outra. E se amavam, próximas ao portal da janela, a se jurarem amor no êxtase.
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E um dia a sobrinha de Helena tudo viu. E cresceu, e crescida, Safo se dedicou a viver e criar histórias de amor entre as mulheres, como esta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Sem preconceitos!

A gente deve se despir de roupas e preconceitos e meus amigos Carlos e Sofia me ajudaram a me despir de mais um. O de que casais swingers são jovens e descolados. Nada contra ser descolado e jovem mas eles não são assim. Sofia tem seus sólidos e cheramosíssimos cinqüenta, seu marido tem dez a mais. E eles me proporcionaram uma das cenas mais lindas que já vi.

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Meus amigos não fazem troca com outros casais. Eles educaram duas crianças, com muita luta e despesa, melhores colégios etc. e como acontece com muitos casais descobriram que num piscar uma das crianças casou com um paulista e hoje já tem suas próprias crianças. E outra criança hoje trabalha com computação nos EUA. Ou seja, as crianças deixaram de sê-lo. E meus amigos ficaram sós. E livres. E um dia se olharam olho no olho e decidiram o que fazer com sua liberdade.

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Sofia revelou o que queria como presente de aniversário de cinqüenta anos: outro homem. O marido topou. Isso foi já há uns três anos e desde então os aniversários são comemorados no Love´s ou New York New York, com ajuda de um amigo ou garotão discreto.

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Quase por coincidência pude ver um desses aniversários. Eu conversava com um quase-amigo bem jovem, seus vinte e um ou pouquito mais, num bar na Rio Branco, Ludwig em Vitória dando palestra sobre corrosão de dutos (argh!). Meu quase-amigo era jovem, belo, e negro. Minha amizade ou quase com ele não era tão desinteressada, era Ludwig que a estimulava na esperança que entre eu e o rapaz surgisse uma sessão de ai-ui-ai-maisrápido no Delirius, o que pra mim não seria terrível tragédia.

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Conversávamos e o rapaz negro recebeu ligação no celular. Era a festa de aniversário. Soube de quem era, falei muito animada com ela e implorei para ver. Não faria nada, só colaria meus olhos na cena.

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O que admiro no meu casal amigo é a honestidade. De quem faz as coisas, consciente. Falei com ela e com ele e me informaram de tudo. Sofia me informou que sempre fantasiara em fazer uma e pronunciou com todas as sílabas e letras a palavra su-ru-ba. E o maridaço reforçou: ele sempre sonhara em transar com a mulher depois dela fazer a su-ru-ba com outros homens.

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Tendo decidido, foram lógicos. Três machos (marido fora!) eram suficientes. Soltei foguetes quando me deixaram ir também.

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No Number One pude ver como o sonho fora detalhado. Meu amigo era negro. Outro era louro. Outro, branco do cabelo bem preto. Meu casal amigo pensou em tudo.

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Sentada num cantinho (e vestida!) vi cena linda, ou várias: minha amiga a chegar de cinta-liga daquela bem vaporosas, tirar a calcinha e deitar-se afastando uma perna apara Marte outra para Saturno. Uma fenda rosada apareceu entre os pelos negros de Sofia, fenda essa que foi logo preenchida por meu amigo negro. Ele usou o corpo dela e teve seu próprio corpo usado por minha amiga, que rápida empurrou-o quando o garotão não mais agüentava e arrancou-lhe o plástico transparente e sentiu seu doce esguicho lhe acertar a ponta do seio esquerdo.

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O mesmo com o louro e o moreno, que esperavam quietinhos em fila seu momento de fazerem desaparecer seus falos. Eles os tiveram. E mesma coisa, minha amiga os obrigava a sair e eles encheram sua barriga, seios e rosto de faixas de iogurte branco.

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Entendi a fantasia quando vi o corpo branco e nu de Carlos se jogar sobre o da esposa, num mete-mete bem tradicional que logo resultou em gritos de gozo dele, tão animado estava. Não pude deixar de pensar que os corpos dos dois formaram um sanduíche com bastante molho no meio, sendo o molho o líquido de prazer dos garotões.

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Depois me explicou. Achava que estava na hora ter uma relação melhor com o esperma de outros homens, senti-los não só dentro do corpo da esposa mas no próprio corpo. E adorou. E disse isso com Sofia do lado, já vestida, nós três numa sorveteria, no pós-transa.

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História, histórias por aí...

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Beijos e beijos, Beatriz

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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

MACHO NÃO RECUSA

Ronaldo beijou-lhe o brinco-pingente douradão, Tércio lhe abriu o segundo botão da mini-blusa. Ronaldo lhe desfez o fecho do sutiã, Tércio beijou-lhe a base do pescoço. Ronaldo deslizou a saia jeans até os tornozelos, três dedos da mão direita de Tércio fizeram-lhe voltinhas por cima da calcinha verde, úmida.

Foi difícil convencer o namorado e o ex. Disse que gente família faz a três, sim, é normalíssimo. Tossindo e olhando para o lado, concordaram. O problema era outro macho a dois palmos de distância.

Melissa ria ao vê-los evitarem se tocar como se ambos fossem fios de alta tensão. Deixou passiva que lhe tirassem a roupa como quisessem. Depois foi a vez dela. Engoliu a orelha de Tércio enquanto com o joelho pressionava o meio das coxas de Ronaldo, aquela dureza que crescia. Deu chave de pernas no pescoço de Tércio enquanto forçava para baixo a sunga preta do outro, comparou os dezessete centímetros de Tércio com os quinze de Ronaldo.

Eles, machos em dúvida sobre quem estava a comer quem. Clássica, pôs-se na posição quatrinho, eles sem saber o papel de cada. Ela decidiu: Tércio seria o sorvete dela, Ronaldo lhe partiria os pelinhos louros. Adorou ver os olhos deles duplicarem de tamanho quando disse Só no começo, depois troca.

Eles se posicionaram, macho não recusa. Para sorte dela, que curtia os corpos dos dois.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

UMA MORENA CHAMADA LUCIENE

Honestidade é tudo. Somos discretos. Ludwig tem uma acachapante capacidade de ficar calado. Costumo brincar que ele seria capaz de uma sessão a três com Giselle Bündchen e Luana Piovani e não diria nada para outros nem sob chicote. Isso o faz ser procurado por amigos que têm a fantasia de ver sua mulher brincar nua de amar com outro homem. E eu que controle meu ciúme – rárá!
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Freqüentemente sou eu que me encarrego das negociações. Digo que Ludwig é tremendamente respeitador; que só vai chamá-la de qualquer nome (tipo vagabunda, cachorra ou putinha) se ela pedir na hora; camisinha, sempre; e que se sustenta duro bastante tempo, o que possibilita que a mulher goze várias vezes. Ah, e tem 18 centímetros.
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Tudo isso com naturalidade de negociador de tratado sobre o clima. Qualquer risinho e tudo vai pelo ralo. E quase sempre dá certo.
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Podem perguntar como sabemos se o casal quer isso mesmo. Sempre há uma dica. Quem já leu meu livro sabe que tem um capítulo chamado “Morena beleza” no qual descrevo uma lindíssima mulher negra, carioca, esposa de um alemão nosso conhecido. Ela passou um fim de semana em nossa casa.
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Um dia, recebemos uma ligação de um outro alemão, amigo do primeiro, dizendo que nosso amigo comum dissera maravilhas de nós dois e que gostaria que se fosse possível, que sua esposa também pudesse passar um fim de semana curtindo nossa piscina, etc.
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Ora, Ludwig e a garota anterior tinham se amado várias vezes na beira da nossa piscina, e o marido aprovara tudo. Assim, era impossível que Luciene e o marido pensassem num encontro virgem.
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Muito lero não foi necessário, e dias depois fui com o Logus na rodoviária de Juiz de Fora pegar a morena que iria comer meu marido. Esperava longa conversa, tranquilização, controle de pulsação, mas nada. A garota (tinha seus vinte e seis) estava consciente de nenhum de nós quatro (marido dela incluído) é candidato à santidade.
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A garota era realmente bonita, morena quase negra. Na beira da piscina devorei com o olhar seu corpinho bem pouco coberto pela tanga enfiadinha. Eu tirei o sutiã do biquíni para deixar claro que não sou uma boa menina, e a metida foi bela, esteticamente falando. Ludwig fechou as pernas da garota, segurando-lhe os joelhos bem juntos, e seu falo já muito duro entrou e saiu da fenda da garota, guarnecida por uma floresta de pelos negros, centenas de vezes, com ritmo.
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No começo Luciene agüentou firme mas as estocadas repetidas fizeram a diferença e a mulher logo perdeu a cabeça, deu cada uivinho que repercutiu até no Vale do Ipê. Só depois que viu que nossa amiga já tinha se divertido bastante que Ludwig se permitiu liberar sua fonte de creme branco, que fizeram contraste nos pelos negros da jovem.
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Quanto a mim, fiz travessura. Liguei para o marido. Virei o fone para os gritos. “Sim, imaginei que a essa hora eles à estivessem transando”, me disse o marido. Percebi que ele batia uma.
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E somos amigos de Ludwig e do marido até hoje. Mais histórias de casal!
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Beijos e beijos, Bia

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CIÚMES

Alguém que me conhece me disse: eu era uma menina pobre que arranjou um casamento com um gringo rico para se dar bem. E que teve de se submeter às TARAS dele para se dar bem. Oras, oras.

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Não éramos ricos. Nós, minha família de origem. Quem leu minha página fixa sabe disse. (Para quem não leu, o link está logo ao lado. Sem egos-em-excesso, fala um bocadão sobre eu-mais-nova.) Família cheia de gente, pai e mãe com salariozinhos decentes, mas não mais que isso. Só teve uma, aliás duas vantagens. Em muitas famílias, os pais colocam olhão nas filhas e dizem tipo mantra: “não-dê!” “não-dê!” Rárá! Apavora a adolescentezinha! Em casa era diferente. Diziam: “Estude!” “Estude!” E foi o que eu fiz. Quanto ao outro conselho, ninguém falou nada! Eheh

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E outra vantagem de uma casa cheia. Mulheres adultas ficam hor-ro-ri-za-das quando homens batem umas. Pra mim, normalíssimo. Rapazes se aliviam, é assim que funciona, sei desde mocinha. Vi várias vezes, nem todas por mero acaso, confesso! Meus irmãos costumavam usar o quartinho de despejo no quintal, tinha até umas Playboys escondidas lá. (Eu sabia muito bem onde). Não que gostasse sempre. Detestava quando eles batiam no banheiro – e eu no aperto lá fora! (bolas!)

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E eu já me aprestara a ser o que me preparara para ser, professora de literatura e também português. Sempre quis ser professora, nunca quis ser anjo. Pensava em viver a vida com muita leitura, e de vez em quando uma transinha com um carinha de que eu gostasse. Casamento, não me passava pela cabeça. Até que veio Ludwig e sua proposta. E eu pensei e topei. E estamos nessa, casamento aberto, até hoje.

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E quando se fala em casamento aberto, as pessoas sempre pensam em você transando com outros. Como fica a cabeça, etc. Olha, digo, você está se sentindo se sentindo bem limpinha, banho tomado, vestindo apenas os brincos, cama redonda do motel, dois homens a te desejar, o marido e outro, os falos dos dois bem horizontais mostrando que estão muuuuuito interessados em você. Um deles te deseja, o outro te deseja, ama, adora e protege. Você relaxa, o seu amante relaxa, a partir daí é só a entrada homem-e-mulher, e é só festa então. É físico. Transar com outros não é difícil.

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O difícil é ver o seu marido transando com outra. Não tem jeito, a gente tem muito essa de posse. Ter o SEU homem, etc. Quando Ludwig me fez sua proposta, sabia que usaríamos os corpos de outras pessoas para nosso prazer. Eu, de outros homens, e ele, de outras mulheres. Abertura total, conhecimento máximo. Topei.

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Mas uma é aceitar intelectualmente. Entrei no quarto e vi Ludwig, de joelhos na cama, vestido de Adão, duro como um trilho a apontar a lourinha. A garota olhava direto nos meus olhos, e ria, ria! Vi e vi estrelinha, foi uma pancada, tonteei. Todos os meus hormônios de briga invadiram meu sangue e tive de respirar fundo e me lembrar do acordo, três vezes. A mulher deitada de costas, Ludwig na frente, prestes a se ajoelhar e meter em sua rachadura. A garota afastava as coxas enquanto ria, devagar, eu a ver tudo como em câmara lenta. Muito devagar vi um risco róseo se definindo entre seus pelos louros. Melhorou quando Ludwig se inclinou e sua tora fez o risco se alargar. Ao menos a mulher fechou os olhos e começou a suspirar em vez de rir.

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Obriguei-me a ver tudo. Mais calma, eu pensava que tinha de ser racional, ele transava com outras mas era meu marido. E tive certo orgulho. É como se eu estivesse a comer outra mulher mas não como mulher e sim como homem. O competente falo de Ludwig fez a mulher gozar duas vezes. Arrancou rápido a camisinha e encheu a barriga dela de creme. No final beijei-a na boca, eu ainda quente de ciúme, controlado a custo.

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Já vi Ludwig levar outras mulheres ao paraíso. Mas a primeira ninguém esquece!

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Histórias de um casal!

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Beijos e beijos, Beatriz