segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um momento de ousadia

 Foi naquele momento X dos tempos de casado no qual é afundar ou flutuar. E eles decidiram flutuar. Ela: 45 aninhos, engordara exatos três quilos desde que comemorara os 20 – e como era magrinha então, continuava enxutíssima e agora de cabelão na cintura. Ele: Com aquele charme meio grisalho dos homens de 51, a natação e as bicicletas mantinham tudo na linha. A partida da filha única – para doutorado noutro estado e também porque o seu namorado era de lá – os deixara cara a cara um com o outro. No começo, sentiram falta da rotina de ser mamãe e de ser papai. Depois descobriram que aquela nova situação os fazia namorados de novo.

O marido - qual adolescente – pareceu redescobrir que tinha dezesseis centímetros de prazer entre as pernas e passou a utilizá-los com frequência admirável para enfiá-los inteiros na rachadura entre as coxas da esposa e também na sua boquinha – ela se reacostumou a sentir a semente cálida em seus amplos seios e também a invadir sua garganta, a fazê-la quase engasgar.

Muito bom mas não suficiente – descobriram. Sempre fora uma fantasia dele, e ele nem sabia, e também dela, e ela só agora desconfiou. Os dezesseis eram muito bons – mas eram necessários mais. E só se poderia obtê-los em outro.

No começo falavam entre risinhos, mas depois a sério. O marido tomou posição: já que era para comer a mulher dele, não aceitaria menos de vinte centímetros. E mais grosso que ele. A mulher tremeu um pouquinho ao saber das dimensões mas decidiu não ser mole – ela seria uma mulher de verdade, sem medo de tamanhos.

Descobriram o que todo casal descobre – o problema de um segundo falo é que nenhum falo vem sozinho – todos vêm com um cara junto. E achar o cara com o instrumento certo e que não vá dar problema depois é a questão.

Mas quem quer mesmo acha um jeito, e o marido achou – vinte e três anos, desencucado, marca forte de sol de bermuda de surfe, e principalmente – vinte e um centímetros e meio com força total.
O de sempre, noite de quinta, suíte reservada no motel melhor da cidade, o carro do casal a buzinar na porta de república onde o carinha morava, ele desce, jeans surradão e blusa estampada.

No carro, as luzes velozes da BR, dava para ouvir as batidas dos corações dos dois homens, de tão pesadas. Atrás, uma metamorfose – a mulher estava na beira do acidente vascular cerebral – até o garotão entrar. No meio dos trinta e dois minutos da viagem ela já achava o mais normal do universo transar com dois homens – transa-se com um, transa-se com outro – o que tem de mais? Sentia-se feliz de ter tido coragem de usar a cinta-liga por baixo do vestido curtinho, e melhor ainda se tivesse trazido a fio-dental em forma de coração.

E quando saiu do banheiro com a cinta-liga e o sutiã transparente a cena a fez delirar: dois homens, um deles totalmente nu, o outro de cuecas boxer, a esperavam. Ela pensava no que fazer quando a natureza tomou a decisão e fez com que algo que apontava o chão deixasse de fazê-lo, e se voltasse para ela, às golfadas mas com firmeza, até apontar para ela, leve, orgulhoso.

Orgulhoso também ficou o marido com o efeito que sua esposinha causava. A menos de trinta centímetros acompanhou fascinado a transformação.

E seguiu-se o que se esperaria que se seguisse: os vinte e um centímetros e meio afundaram no buraco da mulher casada. Sua larga cabeça forçou a entrada pelo doce túnel, fazendo a proprietária dele torcer-se em quase dor, até render-se de prazer. O falo visitou-a com a dona de quatro, brincando de cavalinho, e até deitada, na posição de fazer filhinhos. E apertado pelo calor molhado da periquita, não resistiu: ondas de iogurte quente cobriram o umbigo dela, a camisinha arrancada no momento exato.

Foi no segundo tempo. Ela voltou da toalete, coração a bater por um segundo assalto na luta, e viu a cena. O garotão, já recuperado da primeira vitória, transformara-se em poste horizontal, pronto para nova briga. Ao lado dele, as mãos do marido em forma de gancho tiravam-se a própria cueca boxer. Mesmo diante do portento que era o garoto, o marido tinha um falo bastante respeitável, pensou ela. Viu os bagos já bem conhecidos balançarem livres.

Por um instante uma ideia lhe passou de que o endurecimento do marido não era aham bem por causa dela. O marido pegou o envelope – era ele quem colocaria a camisinha no rapagão. O coração dela pulou uma batida. O marido tocou o falo do cara – ligeiramente apontando para cima, a cabeça avermelhada. Como quem tem todo o tempo do mundo, em vez de enfiar logo o plástico, o cinquentão passou os dedos pela parte de baixo, como  sentir os vincos por baixo – e , muito natural, muito cuidadoso, e muito macho, beijou o falo do rapaz. E não satisfeito, beijou de novo. E mais em baixo. E em um segundo mais, a esposa não conseguia ver mais as bolas do garoto – pois as mesmas se encontravam nas bochechas de seu esposo.

Em seguida o marido contemplava a cabeça, seus lábios a dois centímetros dela – lábios que beijaram a cabeçona, uma, três, sete vezes – beijos carinhosos e másculos, e que fizeram o garotaço revirar os olhos para o teto, e fizeram a esposa pegar bem feminina na nuca do marido, a fazer-lhe um doce movimento de vaivém, e dando seu apoio de mulher. Com a metade do falo de outro macho enterrado na boca, o marido sorriu com os olhos para a mulher. Isso era amor.

E a mão na nuca foi muito útil quando o jovem principiou a gritar rouco – a esposa não deixou o marido afastar a cabeça enquanto o pouco de falo que restava fora da boca do marido se contraía, e as bochechas deste sentiam a carga. O garotão tirou sua arma meio amolecida, e a esposa com uma mão impelia o ombro do marido para baixo, convidando-o a ficar mais um pouco, e com a outra acariciava-lhe o pescoço e soprava: “engole!” Dois movimentos firmes no gogó do marido e aquele vestígio de amor físico entre machos lhe entrou pelo corpo. Era o fim.

E ao contrário do que ela pensava, depois que deixaram o garotão, riram, brincaram e voltaram até cedo. Saindo de roupão do banho, o guia da TV nas mãos, o marido disse: Ei, hoje vai passar O Poderoso Chefão II! Vamos assistir de novo??

Assistiram. Mas ela mal pôde se concentrar nas estripulias de Dom Corleone. O que ela pensava é quando ela veria de novo a cena – o marido, aquilo tudo, a boca.

Beijos, Beatriz


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Entrevista com Paula, a Lutadora



Como repórter da Revista do Boxe Erótico, a primeira vez que vi Paula Lutadora foi no ringue. Ela terminava a luta com outra mulher quando a vi, ou melhor, mal a vi. A outra fêmea era outra jovem casada, um palmo mais alta e seus cabelos de tamanhaço preto cobriam os alourados-no-pescoço da lutadora com quem eu combinara a entrevista. As duas já tinham conseguido transformar as tangas uma da outra em tiras arrancadas pelo ringue. Se aquilo teria uma vencedora, parecia ser a outra. Lutavam bem juntas – apenas se via de vez em quando um míssil – uma mão - em direção ao meio das coxas da adversária.

Parecia que ia demorar muito – porém mal pisquei e pareceu que os joelhos da outra garota nua bambeavam – ela derreou a cabeça no ombro de Paula como namoradinha e juro que a ouvi suspirar Para, Paulinha, tem pena.

Se houve piedade não sei, só sei que um minuto depois Paula conseguira virar a moça e segurá-la de costas, e alguns de seus dedos desapareciam no triângulo preto que assinalava onde a inimiga era mais mulher, enquanto esta emitia uivinhos finos. E mais metade de outro minuto e Paula sorrindo enchia um baldezinho de água fria – sua parceira, convencida por tantos tapas na boceta e seios, decidira tirar uma soneca.

Depois a garota ainda não se recuperar inteira, mas o suficiente para Paula cobrar o prêmio da vencedora – sentou-se tipo cavalinho na cara da vencida, e a língua dela a fez gozar um par de vezes.

A doce lutadora, a jovem casada Paula não é exatamente um anjinho – vi depois durante a entrevista na qual ela, de sutiã e calcinha e enxugando o cabelo após a ducha, não arredava os olhos do volume da minha tanga masculina, como eu querendo medir os centímetros.

- Paula, é verdade que sua xota está doendo?

- Muito. Está doendo até agora. E meus seios também – e afastou a tanga verde semitransparente e o sutiã para o lado e pude ver impressa na racha da lutadora e nas manchas vermelhas de dedos nos seios as tentativas da pobre vencida.

- É, dá para ver que a outra gata estava mesmo a fim de ganhar. Quando você enfiava os dedos na xereca dela, quando lhe apertava os seios, você tinha pena dela?

- Não, não tive pena. Ela também faria mesmo comigo, se pudesse! Somos nós duas.

- Como você vê o boxe erótico?

- Como uma disputa de feminilidades. Duas mulheres medindo-se e resolvendo qual das duas é a melhor mulher. Por isso, natural que se alveje onde a outra é mais mulher.

- Qual é o momento que você mais gosta?

- Adoro o momento em que a garota ainda tem forças, porém a ideia da derrota começa a rondar a sua linda cabecinha. Isso é o que a perde. É o segredo do boxe erótico – não são as pancadas. Essas são só um meio para meter na cabeça da outra lutadora a ideia de que ela talvez perca. E quando ela começa a pensar que talvez perca, ela já perdeu. Acho lindo quando estou batendo ritmadamente nos seios ou na racha e a cabecinha dela trabalha a mil – sua honra de fêmea lutadora a chamando a lutar até o final e seu corpinho querendo acabar logo aquilo.

- Você tem um estilo de lutar?

- Tenho uma filosofia – gosto de fazer minha adversária sentir apenas a dor que ela precisa sentir, apenas o suficiente para se reconhecer sem forças e se aceitar vencida. Nem mais nem menos.

- E você tem raiva de suas adversárias?

- Oh não. Estamos lá para bater uma na outra. Cada tapa na minha boceta, cada chupão nos meus seios, vejo-os como um presente que ela  me dá, como uma demonstração da força da feminilidade dela. É claro que retribuo e multiplicado! E fazer a outra garota dormir – é um sonho. E ela quer fazer o mesmo comigo!

Perguntei ainda se hoje teria recompensa endurecida com o marido – ela disse talvez sim – mas não tenho dúvidas de que era sim mesmo. Já com o jeans e mini-blusíssima, e com uma última olhada entre minhas coxas, a doce lutadora Paula alçou da mochila e foi aos braços do marido. E eu me pergunto quem será sua próxima nocauteada.

(Escrito para o Anônimo!)