Cheguei ao ringue num mau
momento, ou ao menos um mau momento para o cara lá. O lourão de seus trinta
anos, pernas abertas tentando manter o que restava de equilíbrio, ostentava os
ovões avermelhados e bem pendentes e a rola a meio-pau, quase arroxeada e com
os pelos em volta desarrumados. Em volta dele, rodeando-o como onça esperando o
momento de estraçalhar o pobre camundongo, Vanessa, a torcedora de pirocas.
Apesar dos vinte e tantos tinha
jeito de menina levada. Olhei-lhe direto para a boceta, sem nenhum pudor. Ostentava
as marcas da batalha: dava para contar com quantos dedos o cara apertara, assim
como nos seios, no afã infrutífero de obter a vitória. Isso durou só um
segundo. Não querendo que o adversário se recuperasse, a torcedora de pirocas se lançou sobre o rival. Grelo, piroca, seios,
ovos, tudo parecia balançar em meio a uma tempestade de gritos. Impressionou-me
a calma com que, a partir de certo momento, a mão de unhas vermelhas avançou
para o meio das pernas do adversário. E ficou lá, tranquila, fazendo movimentos
de ordenha. O cara desesperado tentava estapear os seios e a boceta. A garota
rebolava como baiana, e o cara afobado pela dor errou quase todos os golpes.
Finalmente o lourão se ergueu. Pensei
que estava inteiro. Revirou os olhos e caiu como prédio velho. A rola dele
balançava, mas já em amolecimento, como acontece com as picas dos vencidos.
Como se já tivesse feito isso dois milhões de vezes, a Vanessa (toda a calma do
universo) ajoelhou-se e afastou as coxas do cara e meu senso de solidariedade
masculina (quase) me fez fechar os olhos para a terrível cena: ela afastou o
joelho e deu uma joelhada – o cara deu um grito que (quase) me deu pena – e foi
visitar a terra dos sonhos.
Vanessa levantou-se com um lindo
sorriso para a consagração da plateia, os seios de grandes bicos rosados e sua
xereca de pelos lourinhos parecendo também felizes.
Seguiu-se uma parte muito cruel
para eu descrever em detalhes: o sujeito de quatro, a garota com uma rola de
plástico (daquele tamanho), sorrisão também daquele tamanho – ela fez o cara
virar mocinha, na frente dos gritos e gargalhadas de todo mundo. Era o troféu
da luta. Que vencesse fazia isso com quem perdesse – embora, no caso de
nocaute-na-boceta, alguns caras mais conservadores preferissem meter nas xotas
das adversárias vencidas, mesmo.
Fui procurá-la no vestiário. Enxugava
a cabeça depois do banho. Havia outras lutadoras em um ou outro canto, a luta
de Vanessa não fora a única daquele sábado à tarde, embora, para mim, a racha
da moça fosse a única (e mais temível) do mundo. Vestia nada. Veio-me a ideia –
uma velha timidez quase me impediu, mas empilhei tudo em um banco, entrei como
vim ao mundo, apenas com o gravador e o bloco de notas.
A lutadora não pareceu estranhar
aquele homem nu chegando – olhou antes mesmo para minha rola que para minha
cara, examinando-a não sei se querendo engoli-la ou arrancá-la. Apresentei-me
como repórter da Revista do Boxe Erótico,
parabenizei-a pela vitória sobre o cara – ela nem sabia o nome dele.
- Gostou da luta?
- Toda luta é boa quando a gente vence. Fiz minha 27ª vítima. Dessas,
onze foram pirocas.
- Como começou?
- Batendo em bocetas. A minha levando pancada de outras pessoas que
também tinham boceta. Apertando peitos inimigos para ver se sai leite deles.
Nunca saiu – mas elas sempre sentiram muita dor.
- Como vê o Boxe Erótico?
- O Boxe Erótico consiste em bater entre as pernas de outro ser humano,
e aguentar as pancadas do outro, até que o outro não aguente mais a dor e caia.
A partir daí é castigá-lo pela ousadia de ter lhe desafiado. E esse outro ser
humano pode ter duas bolinhas ou uma rachadura entre as pernas. Para quem luta,
não faz diferença.
- Foi difícil essa luta?
- Não, o cara era muito ingênuo. Eles geralmente são. Veja, dois caras,
numa luta ovos-contra-ovos, devem afastar o outro, procurar fazer o outro se
baixar, para as bolas ficarem pendentes, e bater na lateral dos ovos. Duas
moças, quando lutam, devem encurtar a distância e, em vez da lateral, buscam o
centro, a racha inimiga. Pois a bochecha da boceta não dói muito. Por isso
quando vou lutar com mulher, já penso, “lá vem uma vagabunda castigar meu
clitóris!” Uma mulher sabe lutar contra outra mulher. Já os garotos procuram
ingenuamente a lateral. De qualquer forma ele foi valente. Aguentou muita
pancada. Terei uma boa história a contar a meu marido.
- Você é casada? (eu também sou, há cinco anos)
- Sim, e ele adora. Sabe que aqui não tem nada de amor. É só Apertos
nos Ovos, Pancadas na Boceta.
Enquanto ela tagarelava eu lhe
fixava o xibiu e os seios. Essa altura não tinha quase ninguém. Meu mastro a
dez centímetros dela exigia uma definição. Arrisquei:
- Eu te desafio. Vencedor enraba
o vencido.
Vanessa contemplou minha rola,
como que avaliando suas chances. Ambos pensamos a mesma coisa. Fiquei grato ao
carinha que perdeu. Ele apanhou e foi feito de moça, mas vendeu caro a derrota.
Suas mãos castigaram duramente os seios e boceta da minha amiga. A mulher sabia
que sua racha e seus seios não aguentariam mais ser amassados de novo: a
derrota seria quase certa. Diante disso, Vanessa deitou em um acolchoado de
ginástica, afastou as coxas mostrando a tira alourada com um suave risquinho
vermelho.
- Só na boceta, tá? – disse ela.
Fiquei pensando que podia
aproveitar a ocasião e sodomizá-la, mas, fascinado por sua racha, só a fodi de forma
normal. Pensei depois se não deveria ter comido por trás. Mas a ocasião passou,
por mais deliciosa que tenha sido sua boceta. Agora, para comer-lhe o bumbum, preciso
desafiá-la para uma luta. E só ao pensar nisso meus ovos começam a doer.
Beijos, Bia
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