quinta-feira, 1 de junho de 2017

Minha mulher me fez comer outro cara

Dizem que as mulheres são mais machistas que os homens – bem, as mulheres, não sei. Mas Teresa minha gata o é com certeza – ao menos, mais machista que eu.

Sorte grande tive eu, João Marcos, que muitos não: namoro com mulher apaixonada, alucinada, e a-tesão-nada por mim. Teresa me bota o ego lá em cima: tenho a tora grande, os ovos pendentes, e os pelos do peito de deixar maluca – diz ela. E eu diante disso meto nela a explodir-lhe a cabeça.

Sempre bola fantasias: ora eu sou um sultão (e ela odalisca) ou cafetão (e ela uma puta recém-contratada). Veio-me com uma nova – eu sou o auge da masculinidade – diz. Sou isso e sou aquilo. Sou tão homem que só chegarei ao auge do másculo se o utilizar noutro homem.

Fiz-me de desentendido e nem havia tanto o que desentender: ela não queria me ver transando com outro homem, muito menos “fazendo amor” (isso lhe dava nojo). Mas queria me ver comendo outro cara. De preferência um mais novo. E repetiu: eu meteria nele. E não levaria nada. Ficaria bem marcado quem era o “homem” e quem era a “mulher” (Teresa é bem machista, não?).

No primeiro dia a ideia me pareceu absurda ao exponencial; no segundo, algo estranho que nunca iria acontecer; no terceiro, só uma fantasiazinha; no quarto e nos outros esqueci o assunto. Até que Teresa me veio com a novidade: uma festa de um vizinho de cunhada de amiga a fez conhecer um certo Henrique: 21 anos completados uma semana antes, estudante  a morar só na capital , aberto a experiências.

Gelei. Como as descidas de bungee-jumping, uma coisa é sonhar, outra é enrolar a corda e se jogar lá embaixo.

Pedi tempo para pensar mas depois pensei que se pensasse demais iria dizer bye à oportunidade. Disse à minha namorada que topava um bar, e mais nada.

Coloquei uma sunga bem colada, e outra de reserva – afinal, alguém podia vê-la. Noite de terça, fomos lá.

Henrique me surpreendeu – cabelinho alourado à la Beatles, um jeans interessante, jeito de cara bem másculo – nada do fresco que eu nos meus preconceitos esperava. Mas confesso que aquilo tudo me irritava – afinal, por interessante que fosse, o cara era outro macho – até que vi umas lourinhas e flertar com ele. Ele correspondeu – sorrisos para lá e para cá. As lourinhas gostaram.

E eu também – pensei – um cara tão homem, atrai gatas bonitas – mal sabem elas que eu posso comer esse cara. Teresa pareceu adivinhar meus pensamentos e me fez trocar de lugar na mesa, nos colocando num canto, e juntos. Bem juntos na verdade – pernas a roçarem.

E nada acontecia – até que pensei que, se eu era o macho dali, eu tinha de fazer as coisas acontecerem – e minha mão pousou em sua coxa, coberta pelo jeans – e começou a passar a mão pela coxa do cara.

Algo aconteceu – senti o volume entre as pernas dele crescer. Não vão se beijar – disse Teresa, a adivinhar o que me pipocava na cabeça.

E ninguém fez mais nada – quer dizer, até chegar ao quarto. Mandei o cara tomar banho – não ia aturar cheiro de homem – e pela infinitésima vez dizia a Teresa que não garantia nada – ela me fez carinha de claro, claro, como quem pouco acredita.

Eu ainda terminava de ouvi-la quando Henrique apareceu na porta do banheiro – jeito de desajeitado – e a vestir só um cordão de ouro. Fazia muito tempo que não via tão frontalmente outro homem pelado – os pelos do cara que se derramavam do peito até o umbigo e depois dela, a envolver o instrumento a pender sobre os bagos, o esquerdo mais baixo que o direito.

Ele me pareceu tão surpreso quanto – e que também me surpreendei ao pensar Vamos definir se esse cara topa mesmo uma – e abri e botei meu conjunto para fora, inteiro. Henrique  duplicou os olhos de tamanho e ficou lá a olhar abobalhado.

Mas nem tudo ficava parado. Entre suas pernas algo deu dois pulinhos, depois decidiu-se e cresceu, primeiro na diagonal, depois querendo a horizontal. Em um tempo que me pareceu infinito eu entendi a situação. Um homem estava de pau duro – por minha causa.

Decidi que iria fazer algo a respeito – e fiz voar meus restos de roupa – e fiquei pelado na frente dele – até que foi a de outra coisa dar sinal de vida – o instrumento decidiu imitar uma verga de aço – e cresceu e ficou em posição para tal. Eu, João Marcos, e Henrique, éramos dois homens nus um com o pau a apontar o outro. Teresa se recolheu a um canto e meteu a mão debaixo da minissaia e da calcinha, em uma siri. Agora o show era nosso.

Henrique  se ajoelhou. Eu o ouvi murmurar um enorme antes de engolir a cabeça rosada. Claro, não era a primeira vez que me chupavam a rola – tenho duas ex-esposas e algumas ex-namoradas. Fechando os olhos, delirei e passei a mão nas costas dele e continuei – e percebi que, se não era a primeira vez que alguém me chupava, era a primeira vez que alguém me chupava e esse alguém tinha uma barra dura entre as pernas. Isso era novidade.

Puxei-o pela cintura e senti o medo dele ao olhar para minha rola – dezoito centímetros, com um certo calibre, e o cara pensava como ia ser. Minha mulher sentiu o sonho dela em perigo e disse Seja Homem. Levei-o para a mesa pesada na sala, as nossas rolas a balançar, e o dobrei-o apoiado na mesa.

E era o momento da decisão. Havia outro macho nu de costas na minha frente. Eu devia decidir se fazia ou não.

E decidi.

Percorri minhas mãos no corpo dele, a começar das coxas. Esfreguei meu instrumento nas costas dele enquanto ele me acariciava os bagos. Eu senti os bicos do peito dele, ele se esfregava contra minha rola.

Era a hora de levar a sério. Agarrei-o pela cintura.

Henrique  gemia baixinho enquanto eu pressionava-o contra mim, pouco conseguindo. O rapaz realmente parecia virgem. Aquilo me encheu de vontade de ser o primeiro. Decidi deixar delicadezas de lado, segurei com delicadeza de metalúrgica e mandei ver.

O cara deu quase um pulo, e um grito a nos ouvir do outro lado do motel. Mas deu certo. Meu pau penetrava o corpo de outro homem. Eu João Marcos, 46 anos, metia em um cara chamado Henrique, 21 anos. Pela primeira vez na minha vida, a outra pessoa não tinha boceta – havia apenas quatro ovos e dois paus – e nenhuma periquita.

O cara gritava e eu o fazia ver o que era dar para outro homem. Ele gemia quipariuporra e eu não me importava nada. Tudo o que eu queria era meter naquele cara. Naquela cara. Naquela princesa. Naquela boneca. Teresa tinha razão – eu me sentia tremendamente homem, metendo noutro homem.

Os gritos dele quase coincidiram com os meus, e senti na mão os jatos de iogurte quente do cara – e sem pensar passei na boca dele, sem esquecer de levar um pouco à minha. Pouco depois ele ajoelhado (ou ajoelhada?) estufou as bochechas com meu leite.


E assim tudo aconteceu como minha namorada queria, exceto por uma coisa. Eu fora completamente homem, tudo estava certo. Mas decidi que era injusto que isso ficasse assim. E como sou um homem justo, fiquei de quatro na frente dele e rebolei um pouco. Agora, era a vez dele ser completamente homem, não era mesmo?

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